segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

A ECOLOGIA DOS POBRES versus MARKETING DAS GRANDES EMPRESAS

QUERO AGRADECER OS MILHARES DE VISITAS DE TODO O 
MUNDO

A Natureza não consegue acompanhar o ritmo da exploração económica que está a sofrer. 
CHICO MENDES - A VERDADE ASSASSINADA
veja a história de um grande defensor do ambiente basta um clik


Últimos trabalhos feitos ao meu ritmo

Caixa de madeira revestida com filtros de café e mocho colado com a técnica de decoupage. 

RECICLAR COM ARTE
PEÇA a PEÇA

Os filtros de café IMITAM a pele.


Pasta A4 feita com mais de 12 pacotes de leite. Com uma mistura de filtros de café e sarja. 


Em baixo acabamento com um fecho decorativo. Um bolso por fora e outro por dentro. Muito reforçada na base.
Bolsa para telemóvel. Almofadada.

Carteira para documentos. Cartonagem com pacotes de leite. 


 Fecha com mola de pressão. Adorno com fita de cetim. 

Mala arredondada feita com pacotes de leite e filtros de café. Forrada por dentro.
Parte traseira com fecho.

Forrada. Com bolso no interior
Mochila com motivos musicais. Feita com diferentes tecidos provenientes de roupa fora de uso.

               
Alças reguláveis feitas a partir de um cinto.

                                      
Pasta para computador, com bolso com pala na frente. Com fecho. Almofadada. com alça a tiracolo e duas alças de mão.

Parte traseira com bolso muito fundo e largo feito de uma saia de ganga.


Carteira feita com colagem de revistas. Bolso com fecho atrás. 
Parte interior com espaço para cartões e outros bolsos. Fecha com mola de pressão. 
Frente.
Mala com uma linda tela de cavalos. Recortes de ganga. Fecha com fecho. Forrada por dentro.

Parte traseira com bolso. Tira de filtros de café a imitar a pele.

Conjunto sóbrio e elegante. 


Para colocar um tablet. Feito com filtros de café e pacotes de leite.


Interior da pasta para tablet. Fecha com mola.

Bolsa necessaire. Almofadada.

Porta moeda e bolsa para telemóveis.
Bolsa necessaire e porta chaves em formato de mochila. 
Porta moedas. Saco para talheres. Porta-chaves e bolsa necessaire.

Porta moedas.
Por dentro.

Estojos com cavalos. Feitos com filtros de café.

Porta canetas. Fecham com mola de pressão. Forradas com feltro.

Porta moedas em filtros de café. Com fecho e forrados por dentro.

Saco/mala média feita em ganga e com pintura e colagem em decoupage na pala. Com alça ajustável.
                                      
Parte da frente com aproveitamento de um bolso das calças de ganga. Fecha com mola.

Parte de trás com bolso e sítio para pôr as chaves. 


Peças de um colar serviram para adornar  esta mala, dando um toque requintado!
A Aplicação foi da autoria da  Helena Caetano.  

Agradecimentos
Agradeço às minhas cunhadas Carla Cipriano e Rita Eusébio  por partilharem e valorizarem esta mensagem e trabalhos ecológicos.
Também quero agradecer à Filomena, à Leonor, à Irene, à Narcisa, à Cacilda e à Otília por todo o incentivo que me têm dado. Muito obrigada!

CHICO MENDES - A VERDADE ASSASSINADA


CHICO MENDES FOI ASSASSINADO a 22/12/1988, MAS A SUA MENSAGEM CONTINUA BEM VIVA E A INCITAR-NOS A CONTINUAR A URGÊNCIA DA SUA LUTA. PRESERVANDO A NATUREZA.  

Excerto do romance inédito " Brasil, velório dos sonhos" da autoria de Carlos Santos Oliveira:

"Os dias seguintes passeio-os inteirinhos no Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro, a consultar jornais, revistas, e outras publicações sobre a vida e a obra do Líder. Quanto mais lia, mais simpatia e comunhão ideológica nutria por ele. Era praticamente um iletrado, uma criança que começara por aprender o abecedário da vida trabalhando como seringueiro na floresta, descascando a árvore-da-borracha para fazer a riqueza dos grandes latifundiários. Os proprietários dos seringais (florestas de árvores de onde se extrai a borracha), tinham sobre o seu jugo comunidades imensas, que debilitadas pelas necessidades primárias, escravizavam a troco de albergues em casinhotos de madeira que os próprios pobres construíam em territórios dos senhores, e por salários de miséria, que acabavam por gastar nas lojas cujos donos eram os próprios proprietários dos seringais. Trabalhavam de madrugada até à noite, numa escravatura consentida pelos Governos Federais, pelo Poder Central, pela ONU, e por todos os poderes instalados no mundo.
         Os grandes latifundiários não tinham qualquer interesse em que esta gente conhecesse outra realidade, que não fosse a do trabalho e a de se resignarem à sua condição. A educação nunca seria uma das suas prioridades, pois o homem analfabeto não poderia ler e assim aperceber-se e interrogar-se sobre a existência de um outro mundo para além do da floresta. Também desconheceriam, dessa forma, a possibilidade de contrariar as gravidezes constantes, que se transformavam num maior número de braços, no aumento dos lucros destes sicários.
         Já no interior das últimas décadas do século XX, uma boiada de escravos era ainda contida em propriedades feudais e vergastada pelo trabalho até à exaustão, repetindo séculos de um passado colonizador, em muitos aspectos semelhante ao das agruras e torturas sofridas pelos índios.
         O Líder só aos vinte anos teve o seu primeiro contacto com as letras, mas a sua condição inata de homem de direitos, liberdades e solidariedade, eram já páginas abertas de um livro de lutas interiores, cujas palavras incontidas eram ensinadas e recitadas entre os seringueiros.
         Devido às suas intervenções, começou a ser notado e a tornar-se alguém que afrontava a histórica repressão, desde sempre exercida sobre os trabalhadores pelos grandes proprietários, numa escravatura improvável, exercida na plenitude e perto de fazer 500 anos, num país que se regozija e ufana de ser um dos mais desenvolvidos do mundo.
         O Líder passou a ser um homem marcado. Mas a sua luta pela divulgação da verdade e pela conquista da liberdade era uma marcha imparável onde o medo não tinha presença.
         O desmatamento indiscriminado da Floresta Amazónica passou também a ser um dos temas das suas intervenções, o que colidia com um sem número de interesses económicos nacionais e internacionais, para quem se tornou um ruído mais incómodo e uma voz cujo som começava a alastrar, e a reunir cada vez mais militantes na luta pela preservação da Amazónia.
Naturalmente, tal convicção posta na defesa de interesses ambientalistas; de melhores condições de vida dos trabalhadores rurais e de todos aqueles que reivindicavam um pedaço de terra para poderem produzir e obstar à fome endémica que os assolava, fez com que obtivesse lugar de destaque como líder sindical de sindicatos de trabalhadores rurais. Que participasse activamente em acções, nas quais os nativos defendiam ser os verdadeiros proprietários das terras que habitavam e não apenas habitantes de reservas que pertenciam aos grandes latifundiários, vulgo “coronéis”, que delas se apropriaram pelo poder da força. Participara também activamente nas lutas dos seringueiros que tentavam opor-se ao abate feroz, impiedoso e homicida das florestas, protegendo as árvores com os seus próprios corpos, em manifestações pacíficas a que deram o nome de “empates”.
         Para além da actividade sindical, onde também participou na fundação de sindicatos, o Líder entra no mundo da política e é eleito vereador em Xapuri, sua terra natal.
         Por essa altura a visibilidade que lhe é dada pela posição política e a possibilidade que esta lhe permite de poder expressar mais amplamente as suas opiniões, começa a transformá-lo num alvo por parte dos fazendeiros e dos próprios colegas de partido, que compelidos pela pressão dos poderes instalados, se começam a incompatibilizar com as suas acções e pensamentos políticos. O Líder é ameaçado por uns e ostracizado por outros, num objectivo comum de o silenciarem e darem às suas palavras e lutas uma outra conotação: a de alguém que apenas pretende desestabilizar e criar conflitos, com o objectivo de impedir a política de desenvolvimento do país. Tentam passar a mensagem de que o Líder não é um bom brasileiro, mas antes um agente subversivo. Conseguem dessa forma que ele comece a ter problemas com a justiça e seja submetido a violentos interrogatórios, cujas torturas jamais serão denunciadas e conhecidas na sua verdadeira extensão, devido ao seu isolamento e à máquina do medo que começara a ceifar a vontade de todos aqueles que antes se insurgiam contra a escravidão, mas que agora postos perante a ideia da dor e da morte, ou da continuidade da centenar escravatura, preferiam mil vezes serem escravos e comer da mão dos senhores os sobejos das suas abastadas refeições.
         Apesar de o tentarem ligar ao assassinato do capataz de uma fazenda e mais uma vez tentarem interpor as grades entre ele, a liberdade e a justiça das suas acções, o Líder não desiste e continua a sua actividade sindical e política.
         Como não o conseguem silenciar ou impedir na sua determinação, sobre ele volta a recair uma acusação, desta feita de incitamento à violência, da qual será absolvido por falta de provas.
         É sob a sua liderança que é criado o CNS (Conselho Nacional de Seringueiros), e a luta encetada por estes pela defesa e preservação do seu modo natural de vida torna-se um “boom” de repercussão nacional e internacional; é lançada uma proposta que tenta unir todos os povos da floresta em torno da criação de reservas extractivas, que procuram não só preservar as áreas de implantação de populações indígenas e a floresta circundante, como pôr em marcha a reforma agrária.
         Membros da ONU chegam a estar em Xapuri, numa visita guiada pelo Líder, e onde podem constatar in loco a destruição da floresta e a expulsão dos seringueiros, dos indígenas e de outros povos, levada a cabo por multinacionais, apoiadas por grandes projectos financeiros nacionais e internacionais. A sua palavra chega além fronteiras e aos grandes púlpitos mundiais, conseguindo que sejam cancelados alguns projectos de destruição massiva de algumas colónias humanas e do seu habitat, e revelando ao mundo a verdade sobre a devastação das florestas, onde se inclui a maior, a Amazónica. Com estes seus apelos o Líder consegue granjear e congregar ainda mais o ódio dos políticos, dos fazendeiros e dos grandes latifundiários, que o acusam de ser um obstáculo ao progresso. Contrariando estas opiniões e sentimentos, a nível internacional, movimentos de cidadãos e de várias Organizações, entre as quais a ONU, incitam e apoiam a sua luta na defesa do meio ambiente, atribuindo-lhe vários prémios pela sua perseverança e pela justiça das suas acções na defesa de causas solidárias.
         Estas “medalhas” que o poderiam cegar pelo brilho da vaidade, impelem-no ainda a um trabalho mais afincado, não só participando na implantação das primeiras reservas extractivas que se criaram no Estado do Acre, como repartindo o restante do seu tempo em seminários, congressos, palestras e manifestações onde não se cansa de denunciar a morte da floresta e dos seus povos, às mãos violentas dos poderes instituídos.
         As ameaças de morte multiplicam-se, mas o Líder faz orelhas moucas e a sua coragem supera o medo. Ele sabe que a qualquer momento pode ser morto, mas a sua vida é apenas uma no seio de milhares, ou milhões, que pode salvar no tempo actual e no futuro. Não se sente um Cristo da era moderna, mas alberga no seu íntimo uma fé divina; a de lutar pela Natureza, pelo Homem e pela Humanidade".