quarta-feira, 5 de junho de 2013

EXPOSIÇÃO: ECOLOGIA, UM CONCEITO DE ARTE




        Reciclar, reduzir, reutilizar e reinventar, são temas de uma mensagem única: proteger o ambiente e a vida.
        Todas as peças apresentadas nesta mensagem do blog, da minha autoria, estão em Exposição desde o dia 05/06/2013, na Biblioteca Ruy Gomes da Silva na Chamusca.
        Desde já agradeço a disponibilidade e simpatia das pessoas responsáveis pela biblioteca.
            


POLUIÇÃO ATRAVÉS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

        Diariamente são produzidos dois milhões de toneladas de lixo no mundo.
      A falta de condições adequadas para acondicionar e tratar os resíduos sólidos traz graves repercussões em termos ambientais, sociais e no domínio da saúde pública.
      O impacto nocivo reflecte-se na contaminação dos solos, subsolos, nos cursos de água, na fauna e na flora, provocando ainda erosões e enchentes.
      A solução para o problema começa em CASA!
     O que podemos fazer com este LIXO todo?


IDEIAS SIMPLES PARA ATENUAR O PROBLEMA

         O primeiro passo é prepararmos e trabalharmos a nossa mente para uma Consciência Ecológica.
      Se não formos possuidores de habilidade manual para reutilizarmos algum do lixo que produzimos diariamente na nossa casa, podemos, no entanto, criar o hábito de fazer a separação dos objectos por géneros e colocá-los nos respectivos depósitos dos ecopontos.
     Tratando-se de uma pessoa com alguma criatividade, pense na utilidade que algumas garrafas, latas, pacotes de leite vazios, cartões, papelões e roupas usadas podem ter na qualidade da sua vida e na decoração da sua casa e crie! Trabalhe a sustentabilidade dos desperdícios e vai entender porque razão “nem os trapos são velhos.”
    O objectivo primordial de protecção do ambiente está ao alcance das nossas mãos, se através de pequenos gestos reduzirmos, reciclarmos, reutilizarmos e reinventarmos o nosso lixo doméstico, dando-lhe uma vida nova, mais atractiva e saudável.

      A NATUREZA e os nossos FILHOS agradecem!

Texto de Carlos Santos Oliveira 
(obrigada pela constante colaboração!)


 Um pouco acerca de mim...   

       Fui criada numa linda Vila (Vila Franca do Campo - S. Miguel - Açores) no seio do Oceano Atlântico, entre o mar e a serra, entre o verde e o azul.
      A arte, o belo,  o útil, a natureza e a ecologia sempre foram ideias irmanadas num só sentimento: O da PROTECÇÃO AMBIENTAL. Sinto que é nosso dever  respeitar a natureza!
      Desde criança aprendi a não deitar fora o que ainda podia ser útil. Os Meus avós, tias e mãe guardavam roupa e tecidos velhos para cortar em tiras e depois de unidas eram transformadas em lindas e úteis mantas de retalhos. As nossas roupas eram feitas na costureira (uma tia/madrinha muito talentosa), sendo muitas delas feitas a partir de outras peças de roupa. A minha mãe ensinou-me a fazer compotas, pão, bolos, vinho, queijo e diversos pratos tradicionais. Também aprendi muitas outras actividades relacionadas com a agricultura e pecuária. Portanto, vivi num ambiente propício ao desenvolvimento do trabalho, da habilidade, do talento e da arte, para além da minha vontade inata para tal.
       No ano de 2001 concluí a licenciatura em Ensino Básico – 1.º Ciclo, pela Universidade dos Açores. Quando comecei a leccionar tive sempre a preocupação de reutilizar materiais nas diversas actividades levadas a cabo na sala de aula. Antes de conceber qualquer projecto, eu e os alunos pensávamos sempre: que materiais destinados ao lixo podíamos usar para desenvolver esse projecto? 
       O gosto foi crescendo, ficando mais acentuado nestes últimos três anos de permanência na Vila da Chamusca, onde, ao abrigo de uma licença Parental para Assistência a Filhos, comecei a  reutilizar latas, roupas velhas, pacotes de leite vazios, filtros de café, linhas, botões e metais e vidro, transformando-os em diversos artigos expostos neste blog.

A costurar a parte exterior de um puff.

                                 
                                    Os artigos da exposição:


ECOLOGIA, UM CONCEITO DE ARTE

                                             
                                         A  COLCHA  
              
        Colcha feita com retalhos de imensas calças de ganga usadas. Os bolsos também foram aproveitados. Ao fundo um cadeirão também forrado com ganga. No chão, só por curiosidade,  está uma manta feita com os retalhos que a minha mãe foi guardando e mais tarde mandou tecer.



O CADEIRÃO

            Início do projecto, com 180 latas de salsichas que foram sendo guardadas durante dois anos.



          Depois de juntar todas as latas o cadeirão foi totalmente forrado com pedaços de calças de ganga.



Placa de esponja para o assento.

Ideal para uma secretária. Com bolsos para pôr jornais ou revistas.


AS MALAS

Todas feitas com pacotes de leite. Algumas com filtros de café e acabamentos diversos.

Mala Marítima
Ideal para levar para a praia. 



Parte traseira feita com retalhos de calças de ganga.



Interior da mala, com um bolso e totalmente forrada.



Mala Campestre
Apresenta um toque florido de campo.



Alça feita a partir de um cordão e de um cinto. Totalmente forrada, com bolso no interior e com fecho.





Mala abaulada
 De padrões geométricos. Citadina.

Com bolso na parte traseira. Totalmente forrada e com fecho.


Mala de criança 
Ideal para levar um lanche, pois o material dos pacotes de leite é isotérmico.


Parte traseira da mala, com diversos pedaços de ganga e sarja.


Mala dos Cavalos
Para os apaixonados por cavalos. Tela envolta em ponto cruzado com linhas.

Parte traseira da mala. Com bolso. Totalmente forrada. Muito espaçosa. 

Mala em forma de Sino
 Ideal para todas as estações. Combina com tudo!


    Parte traseira com pedaços de umas calças de ganga. O pormenor de uma fivela de umas botas sem uso.


Mala das Borboletas
       Fresca, agradável, jovial. Ideal para a praia ou campo. Combinação entre filtros de café e beterraba.



Parte lateral, com ganga. Interior da mala com bolso e totalmente forrada. 


Forro do chapéu igual ao da mala.


Mala florida
A combinação entre a ganga e o florido. 

Totalmente forrada e com bolso com fecho no interior.


O CHAPÉU 

Feito com pacotes de leite e filtros de café. Super útil para os dias de intenso de calor. 


Fita acetinada para dar um toque feminino. 


O CINTO

Filtros de café, pacotes de leite, fita acetinada e uma fivela deram origem a este cinto.


As Carteiras

Carteira com cavalos a correr e acabamentos de pintura em acrílico. Fecha com elástico e botão.


A carteira aberta, com espaço para cartões, com um bolso fundo atrás do espaço para os cartões e uma carteira para moedas e notas. 

Aberta por fora. 

Dobra para fechar.



Carteira de imitação de pele. Com mola e fecho no interior. 


Carteira forrada com ganga. Com fecho no interior.


AS BOLSAS DE GANGA

Muito práticas para o dia-a-dia. Forradas, com bolso no interior, com fecho. Decoradas com linhas e contas.






Para criança. Forrada e com mola.





OS GARRAFÕES

Decorado com linhas de fazer renda, filtros de café e pedras decorativas.



Decorado com tecidos e filtros de café.


Lado a lado




O PUF DE LATAS

Feito com 28 latas de pêssego, grão ou feijão. Forrado com tela pintada e com colagens. Muito fofo e confortável.




 BANCO DE COZINHA

          Feito com latas de feijão, grão, pêssego... e forrado com pedaços de ganga e motivos de cozinha.

Nos bolsos dá para colocar uma revista.



CAIXA DECORATIVA

Feita com cartão do lixo de uma superfície comercial. Filtros de café, guardanapos, retalhos de um camiseiro e pedaços de pele de umas botas ( a decorar os cantos da caixa).



Pontos pintados com caneta corretora. Caixa forrada por dentro.


UMA IDEIA PARA NOS PROTEGER DAS MOSCAS

       Faça círculos com a ajuda de um copo. Se quiser pode fazer círculos mais pequenos. São precisos muitos!
      Deve cortar duas folhas de uma vez, para a parte de fora da embalagem ficar escondida.
      Fure, com uma agulha grossa, cada uma das extremidade dos dois círculos (as partes prateadas para fora) para enfiar o fio de pesca.

             Arranje contas ou botões para intercalar os círculos feitos com os pacotes de leite.


          E está quase montada a cortina enxota moscas! Com a vantagem de afastar também o calor graças à característica isotérmica do material TETRAPAK.

          Cada fita deve ser feita com dois fios de pesca, que devem ser enfiados nos furos em sentidos opostos, para ficar mais seguro. 

Está pronta! resistente, funcional, útil e SUPER ecológica!

AGRADECIMENTOS

         Em primeiro lugar agradeço a DEUS, criador deste belo planeta que merece ser preservado e por me ter dado este talento que tenho desenvolvido com a Sua ajuda e com a ajuda de muitas pessoas.
        Agradeço todo o envolvimento e amizade das pessoas desta Vila fantástica que é a Chamusca, porque muito contribuíram com o seu feadback e com a DOAÇÃO  de  roupa, gangas, latas, pacotes de leite e diversos retalhos, para o desenvolvimento desta ARTE e mensagem ECOLÓGICA.
        Agradeço muito à minha família aqui da Chamusca, dos Açores, do Canadá, Estados Unidos e Brasil.
        Agradeço às pessoas que acreditaram no meu trabalho e na mensagem subjacente.
        Agradeço à Biblioteca Ruy Gomes da Silva porque apostou na ideia de ARTE ECOLÓGICA.
    Agradeço aos meus filhos  por respeitarem e participarem no desenvolvimento do projecto mais importante da humanidade: A FAMÍLIA
      E, por último, mas não menos importante, agradeço com muito AMOR e CARINHO ao meu marido que desde sempre acreditou nas minhas mãos e no valor da FAMÍLIA. 

      Fecho esta apresentação e exposição com dois poemas da sua autoria.


A MULHER QUE EU CANTO

A Mulher que eu canto
tem nas mãos o encantamento
de trabalhar o lixo e o carinho,
com gestos artesanais de ternura,
numa delicada protecção
da Natureza e do Amor.

A Mulher que eu canto,
é uma peça do Universo,
uma estrela de lata,
uma lua de vidro,
um céu de farrapos,
uma floresta de cartão.

A Mulher que eu canto,
recicla o dia-a-dia
com pedaços de vida
e retalhos de paixão.

Carlos Santos Oliveira

ARTESÃ DO LIXO
  
Os seus dedos,
como agulhas,
alinhavam de pétalas
o canteiro do lixo.
O tosco vidro,
as latas vazias
de boca escancarada
para o silêncio do céu,
as roupas usadas e nuas
que vestem o corpo das lixeiras,
renascem nas suas mãos
como um sonho de Primavera,
um ramalhete de papoilas,
uma pincelada de cores,
um sorriso da Natureza
a desabrochar nos lábios livres,
num beijo de liberdade.

                                                                                                                            Carlos Santos Oliveira

Muito obrigada  pelas tuas palavras!

"Escrever não é uma questão de inspiração. É antes um acto de sensibilidade e de Amor, por nós próprios e pelos outros. Que outro sentido teria alinhavar palavras que não fosse o de coser os corações com as linhas fundamentais da vida: a Amizade, a Honestidade e o Amor."
Carlos Santos Oliveira

http://carlossantosoliveira-ondasdeescrita.blogspot.com/